domingo, 5 de junho de 2011

Outro dia senti frio. Frio na alma. Parece que faz pouco tempo, senti o outono se acentuando nas coisas, nas pessoas, no mar de Salvador que de azul se torna cinza. Aquele frio de quem sente o inverno chegando depressa, sabe? Mas não te preocupa - suedehead, diria Morrissey - o que acontece é sempre muito natural.

Hoje, sinto o outono dourado de folhas caídas na Praça do Campo Grande. I am happy now. Tô morando, trabalhando, estudando, amando. Vivendo plenamente estes, que são os quatro foles que sustentam a vida. Tá tudo sendo tão legal, um legal merecido, de pernas e costas doendo, mas coração tranquilo.

Com essa maré a favor, tenho mantido a escrita de lado. Penso que não devo deixar isso paralisar o que eu mais gosto de fazer. De qualquer forma, tenho fotografado. Tenho nutrido uma paixão imensa pelo cotidiano. Pelo rotineiro. Tenho estudado sobre cores e flores, ervas mágicas e macrobiótica. Talvez essa seja minha forma de acalmar essa vontade de ir embora que, vezenquando, tenta me sugar pra baixo. Mês que vem estarei de férias, e com a viagem marcada pra Curitiba. Queria muito ir ao Rio te visitar, te fotografar - agora com novas perspectivas - mas você sabe que tenho planos (muitos) e todos, como tudo na vida, envolvem dinheiro. De qualquer forma, sinto saudades daqueles tempos em que inventávamos milhões de significados pro que é a felicidade. Hoje, mais do que nunca tenho visto a felicidade todos os dias pela janela do ônibus ou pela varanda do meu quarto. Te contei que ganhei um quarto com varanda? Aproveito o espaço pra cultivar plantas que ganho dos amigos. A primeira a me presentear foi Dani, que me deu um vazinho verde com magnólias rosas. Isso foi tão lindo que, outro dia, sonhei que estávamos debaixo de uma árvore corregada de magnólias cor-de-rosa. As vezes, a árvore se confundia com um Ipê branco, coisas que só Freud explica.

Queria sonhar com amorinhas. Mas ando tão cansada que sonho pouco. E já que não sonho enquanto durmo, aproveito pra sonhar nas minhas idas ao trabalho ou nos domingos que tiro pra fotografar no parque.

Fiz um sorvete de chocolate e lembrei de você. Senti essa necessidade de escrever. É que, às vezes, sinto uma falta aguda de você, amorinha.

Fique com um beijo meu.

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