domingo, 22 de setembro de 2013

Dizem que o universo conspira em favor dos bons pensamentos. Pode-se dizer que ela nunca deu muita importância para o que dizem, e muito menos para teorias de conspiração do gênero. Mas a ideia se diluiu como uma nuvem bem branca no céu azul da cidade, e ela voltou a desfrutar de sua boa companhia. Tomou o banho demorado, usou aquele creme guardado para as ocasiões especiais, e penteou os cabelos como se não tivesse pressa. Não tinha pressa. Vestiu uma roupa confortável e caminhou pela orla marítima de Salvador, como se visse o mar pela primeira vez. Dizem que a Bahia é a terra de todos os santos. E foi com essa sensação que viu a noite passar por Salvador. 
De volta à realidade, as amigas poderiam jurar ter visto um brilho ainda mais diferente, mas sem saber o quê, calaram. Era mais do que o reforço no bronzeado, as unhas feitas, ou a hidratação nos cabelos. Era uma espécie de primeiro amor por si mesma, daquele tipo incondicional. Quase uma semana depois, elas tiveram a certeza de que aquilo era amor verdadeiro, e já não mais cabia naquele microcosmo – pequeno planeta, pequeno coração. O brilho já ia longe, e ela só se deu conta quando recebeu de presente de um amigo, timidamente e fora de qualquer contexto comemorativo, uma caneta mont blanc… para reescrever sua história.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013



Quando Gabriela morava numa casa amarela, fiz um poema para ela;
Mas depois que pintaram a casa de azul, eu fiquei meio sem assunto.



(Para Maria Gabriela, aka Bibi. Esta menina linda de olhos grandes capazes de devorar mundos é dona, também, de um monte de cachinhos na cachola)